Psicanálise - Revista da Sociedade Brasileira de Psicanálise de Porto Alegre https://revista.sbpdepa.org.br/revista Psicanálise - Revista da Sociedade Brasileira de Psicanálise de Porto Alegre Sociedade Brasileira de Psicanálise de Porto Alegre (SBPdePA) pt-BR Psicanálise - Revista da Sociedade Brasileira de Psicanálise de Porto Alegre 1518-398X <p><span class="VIiyi" lang="pt"><span class="JLqJ4b ChMk0b" data-language-for-alternatives="pt" data-language-to-translate-into="es" data-phrase-index="0">Atribuo os direitos autorais que pertencem a mim, sobre o presente trabalho, à SBPdePA, que poderá utilizá-lo e publicá-lo pelos meios que julgar apropriados, inclusive na Internet ou em qualquer outro processamento de computador.</span></span></p> Os destinos dos estados traumáticos https://revista.sbpdepa.org.br/revista/article/view/852 <p>Sinto-me muito honrado pelo convite e feliz de poder discutir com vocês sobre esse tema tão extenso e tão frequente na nossa prática psicanalítica – o tema do traumatismo. Tentarei, então, retraçar os destinos dos estados traumáticos. Primeiramente, gostaria de ressaltar que a noção de traumatismo não é um conceito especificamente psicanalítico. Trata-se de um conceito geral que pertence, em grande parte, à área médica. Freud o tomou emprestado para examiná-lo no campo psíquico, e essa noção se prestou a diversas elaborações teóricas. [...]</p> Claude Smadja Copyright (c) 2023 Sociedade Brasileira de Psicanálise de Porto Alegre https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2023-09-01 2023-09-01 25 1 128 141 10.60106/rsbppa.v25i1.852 As compulsões no campo das adições. Figura da pulsão de morte https://revista.sbpdepa.org.br/revista/article/view/853 <p>Ouvimos muito falar numa crise da psicanálise. Na França, podemos citar o ano de 1975, quando muitos textos foram publicados sobre essa questão, depois nos anos 2000 e, atualmente, a questão se coloca novamente para nós.<br>É bem verdade que a evolução dos costumes e o surgimento de novas tecnologias e biotecnologias produziram mudanças sociais decisivas que pouco a pouco nos impõem a retomada de certos conceitos psicanalíticos.<br>Com efeito, a psicanálise não é independente da sociedade em que é praticada e a partir da qual sustenta seus conceitos. A questão que persiste nesses questionamentos é: quais seriam as consequências dessas mutações sociais e culturais na nossa prática? [...]</p> Cristina Lindenmeyer Copyright (c) 2023 Sociedade Brasileira de Psicanálise de Porto Alegre https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2023-09-01 2023-09-01 25 1 142 160 10.60106/rsbppa.v25i1.853 Dependências e adições https://revista.sbpdepa.org.br/revista/article/view/854 <p>A compulsão no campo das adições. Figuras da pulsão de morte. Uma complexa problemática e um inquietante tema, trabalhados de maneira brilhante por Cristina Lindenmeyer.<br>Verdadeira Mestra, nos encanta com seu pensar teórico-clínico, que nos estimula ao diálogo. Especialmente interessantes são as ideias que desenvolve sobre a participação da pulsão de morte nas situações de compulsão no campo das adições. [...]</p> Silvia Brandão Skowronsky Copyright (c) 2023 Sociedade Brasileira de Psicanálise de Porto Alegre https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2023-09-01 2023-09-01 25 1 161 173 10.60106/rsbppa.v25i1.854 A sobrevivência dos vaga-lumes é o inatual da prática psicanalítica? https://revista.sbpdepa.org.br/revista/article/view/855 <p>Bom dia a vocês e boa tarde a mim neste momento. E muito obrigada pelo convite. Espero que eu possa trazer um pouco do que planejei e que, para vocês, seja um encontro em que haja um vínculo com tudo o que vocês estão trabalhando e com tudo o que está acontecendo neste momento, não só no restante do mundo, tenho certeza que no Brasil as coisas também não estão<br>brilhantes, não tão terríveis como na Europa, mas não estão brilhantes.<br>E ver como tudo isso nos leva a pensar… a não perder a possibilidade de pensar e continuar criando. Isso é o mais importante, e por isso o título dessa conferência é “A sobrevivência dos vaga-lumes”, ou seja, os vaga-lumes que aparecem à noite e que desaparecem… não é que eles desapareçam, eles se escondem. E então temos que ir encontrá-los. São essas luzes que eles nos dão e que nos abrem um caminho. [...]</p> Yolanda Gampel Copyright (c) 2023 Sociedade Brasileira de Psicanálise de Porto Alegre https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2023-09-01 2023-09-01 25 1 174 188 10.60106/rsbppa.v25i1.855 Homenagem a Yolanda Gampel https://revista.sbpdepa.org.br/revista/article/view/856 <p>A autora aborda aspectos-chave da obra de Yolanda Gampel, prestando-lhe homenagem. Traz conceitos de núcleo/transmissão radioativos, objeto tesourificado, dor social a partir de seu trabalho clínico com sobreviventes do Holocausto (Shoah). Comenta o texto A sobrevivência dos vaga-lumes é o inatual na prática psicanalítica? considerando a conferência de 14 maio de 2022, na SBPdePA, com ênfase no tema da esperança.</p> Ana Rosa Chait Trachtenberg Copyright (c) 2023 Sociedade Brasileira de Psicanálise de Porto Alegre https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2023-09-01 2023-09-01 25 1 189 198 Resenha do livro Fragilidade absoluta. Ensaios sobre psicanálise e contemporaneidade, de Giovanna Bartucci https://revista.sbpdepa.org.br/revista/article/view/857 <p>Há vários fios intrincados nos sete artigos e ensaios que compõem a nova edição do livro de Giovanna Bartucci, "Fragilidade absoluta. Ensaios sobre psicanálise e contemporaneidade" (2022). Qual deles puxar, para seguir o caminho das reflexões da autora, sem deixar de fora a sua essência? Eis que na leitura surge um fio que conduz os leitores à sua preocupação central, sobre o lugar e a função “subversiva” da psicanálise no mundo contemporâneo. [...]</p> Adriana Ampezzan Copyright (c) 2023 Sociedade Brasileira de Psicanálise de Porto Alegre https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2023-09-01 2023-09-01 25 1 200 204 10.60106/rsbppa.v25i1.857 Editorial https://revista.sbpdepa.org.br/revista/article/view/843 <p>Essa edição da Revista Psicanálise foi inspirada no próximo Congresso Brasileiro de Psicanálise, promovido pela Febrapsi, que tem como tema “O Eu com Isso: afetos em emergência”.<br />A palavra afeto tem origem na palavra latina affectus, que significa disposição, estar inclinado a. Em sua raiz, encontramos afficere, afetar, que significa fazer algo a alguém, influir sobre. Afeto indica relação com outro. As elaborações freudianas na construção de uma teoria dos afetos foram desenvolvidas em termos metapsicológicos, definindo o afeto como representante da pulsão. Assim, ao lado da representação (ideia), o afeto (energia) permite o acesso da pulsão à esfera psíquica. [...]</p> Sandra Gehling Bertoldi Catherine Lapolli Fábio Martins Pereira Maria Isabel Ribas Pacheco Patricia Rivoire Menelli Goldfeld Roberto Ossig de Vasconcelos Rodrigo Valmor Mendonça Boettcher Susana Magalhães Beck Copyright (c) 2023 Sociedade Brasileira de Psicanálise de Porto Alegre https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2023-09-01 2023-09-01 25 1 11 16 10.60106/rsbppa.v25i1.843 Projeto Ubuntu https://revista.sbpdepa.org.br/revista/article/view/846 <p>Desde julho de 2020, a Sociedade Brasileira de Psicanálise de Porto Alegre (SBPdePA) vem se debruçando sobre a temática do racismo institucional resultante do racismo estrutural que permeia a estrutura social e econômica no Brasil e pergunta-se sobre seu papel nas condições de acesso ou exclusão de colegas negros, negras e indígenas para formação psicanalítica em seu Instituto de Psicanálise. Em abril de 2021, aprova-se, em assembleia geral, o Projeto Ubuntu — Programa de Bolsas Formação Psicanalítica do Instituto de Psicanálise da SBPdePA para Profissionais Negros, Negras e Indígenas das Áreas de Psicologia e Medicina. Esse Projeto foi desenvolvido por uma força-tarefa que passou a ser denominada de Comissão Ubuntu. Também foi aberta uma conta bancária específica para o Fundo Financeiro do Projeto Ubuntu, para os depósitos advindos de parte do lucro de atividades científicas e eventos da SBPdePA e de doações de pessoas físicas e jurídicas. Neste trabalho, descrevem-se as bases conceituais do Projeto Ubuntu e as razões de sua implementação. A partir de um trabalho conjunto da Diretoria da SBPdePA, do Instituto de Psicanálise e da Comissão Ubuntu, é lançado, em 10 de outubro de 2022, o primeiro edital público do Programa de Bolsas para a seleção de postulantes à formação psicanalítica.</p> Ane Marlise Port Rodrigues Beatriz Saldini Behs Caroline Milman Eliane Grass Ferreira Nogueira Ignácio Alves Paim Filho Janine Maria de Oliveira Severo Lisiane Milman Cervo Rosa Santoro Squeff Copyright (c) 2023 Sociedade Brasileira de Psicanálise de Porto Alegre https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2023-09-01 2023-09-01 25 1 34 52 10.60106/rsbppa.v25i1.846 Rir a ser https://revista.sbpdepa.org.br/revista/article/view/847 <p>O presente trabalho tem como objetivo fazer uma revisão literária acerca do tema do humor em psicanálise, buscando compreender de que forma este se transforma em recurso narrativo. Assim sendo, serão trazidos alguns recortes de sessões de psicanálise para ilustração e debate da temática. Dessa forma, este artigo busca tensionar como o uso do humor pode se tornar potencial facilitador do acesso a conteúdos difíceis/traumáticos em análise.</p> Bruna Mello da Fonseca Copyright (c) 2023 Sociedade Brasileira de Psicanálise de Porto Alegre https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2023-09-01 2023-09-01 25 1 53 61 10.60106/rsbppa.v25i1.847 Elementos musicais no processo psicanalítico https://revista.sbpdepa.org.br/revista/article/view/848 <p>Por que a psicanálise deveria ter algo em comum com a música? Não podemos simplesmente presumir que a música e a psicanálise são compatíveis. Sigmund Freud, o fundador da psicanálise, fez apenas alguns comentários sobre música. Achava que ele próprio era quase incapaz de apreciar música. Como um homem “racional”, ele não estava disposto a ser influenciado pela música, porque desconfiava do efeito emocional que poderia ter sobre ele (1914, p. 172). No entanto, Eissler (1974, p. 93, citado por Nitzschke, 1986/2006, p. 310) duvidava da autoavaliação de Freud. Ele achava que isso refletia a reação de Freud a uma experiência amorosa decepcionante na adolescência. Nitzschke (1986/2006) interpretou a atitude reticente de Freud em relação à música como reflexo de uma infeliz experiência pré-verbal com sua mãe. Consequentemente, Freud considerava a psicanálise uma “cura pela fala”, na qual as palavras são usadas para expressar emoções e pensamentos. Ele achava que a psicanálise deveria promover um “avanço da intelectualidade” (Freud, 1939, p. 110). Em Moses and Monotheism (Moisés e o Monoteísmo), que trata do mandamento mosaico que proíbe qualquer imagem de Deus, Freud considerava a psicanálise como parte de um desenvolvimento social no qual a ordem social matriarcal é abandonada em favor de uma ordem patriarcal. [...]</p> Heribert Blass Copyright (c) 2023 Sociedade Brasileira de Psicanálise de Porto Alegre https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2023-09-01 2023-09-01 25 1 62 77 Ecos do (no) silêncio https://revista.sbpdepa.org.br/revista/article/view/849 <p>Este trabalho contempla 9 anos de atendimento realizados com paciente portador de Esclerose Lateral Amiotrófica. Em virtude do cenário degenerativo da doença, a fala foi impedida por tubos de traqueostomia, tornando imperativo a adequação dos modelos tradicionais de comunicação em análise. A palavra falada não pôde ser a matéria-prima da escuta e a modalidade de comunicação<br>se deu através do piscar dos olhos como sinalizador das letras responsáveis pela construção das palavras. O texto aborda a sensibilidade artesanal do treino de empatia e intuição para traduzir o sofrimento e transformá-lo em narrativa. Através do potencial de transformação que a psicanálise oferece, o foco se deu no desafio de alcançar o paciente em sua singularidade, ajudando-o a ressignificar o sentido vital, bem como elaborar o luto em vida da própria morte. Angústias, incertezas e desassossegos foram norteadores da capacidade de calibrar desejos possíveis frente à dolorosa e implacável realidade da doença.</p> Leticia Casagrande Copyright (c) 2023 Sociedade Brasileira de Psicanálise de Porto Alegre https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2023-09-01 2023-09-01 25 1 78 89 10.60106/rsbppa.v25i1.849 Tédio https://revista.sbpdepa.org.br/revista/article/view/850 <p>Na contemporaneidade, principalmente a partir da revolução informacional, e, mais especificamente, com o advento dos dispositivos digitais, como celulares e tablets, temos observado o recrudescimento de sintomas ligados à apatia e à anedonia, que podem ser sintetizados no analisador Tédio. Principalmente na infância, mas não exclusivamente, esses sintomas suscitam preocupação, em função de que a ludicidade e a fruição do imaginário são imprescindíveis para o desenvolvimento psíquico e para o laço social.<br>O presente trabalho objetiva refletir sobre o tédio contemporâneo, pensando à luz dos mecanismos de satisfação pulsional e sua relação com dispositivos de entretenimento digital à pronta-entrega, sendo esses entendidos como possíveis objetos de adição. Desse modo, delineando o tédio como um mecanismo de recusa (verwerfung) do pensar-desejar, a perversão enquanto modalidade de desejo pode ser pensada como uma dinâmica e sintomática social emergente de se relacionar com a satisfação.</p> Lucca Zini Homem de Bittencourt Copyright (c) 2023 Sociedade Brasileira de Psicanálise de Porto Alegre https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2023-09-01 2023-09-01 25 1 90 109 10.60106/rsbppa.v25i1.850 Se eu tivesse apenas mais cinco minutos… (Da dor de ser à agonia do não ser) https://revista.sbpdepa.org.br/revista/article/view/851 <p>A partir de dois casos clínicos, com patologias narcísicas identitárias, frutos de traumatismos precoces, e tendo como pressuposto a importância de o meio ambiente proporcionar uma resposta em tempo adequado às excitações do bebê, o presente trabalho visa conversar sobre as confluências e divergências do indivíduo que precisa proteger-se de si mesmo, vivendo partes de si em um como se, daqueles que são habitados por um vazio e buscam uma identidade em personagens históricos idealizados.</p> Marília Amaro da Silveira Modesto Santos Copyright (c) 2023 Sociedade Brasileira de Psicanálise de Porto Alegre https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2023-09-01 2023-09-01 25 1 110 125 10.60106/rsbppa.v25i1.851 O duplo https://revista.sbpdepa.org.br/revista/article/view/844 <p>Não raro encontramos na clínica casos que identificamos tratar-se de falhas precoces em que faltam representações para expressar o vazio gerado pelo não reconhecimento de um novo SER que vem ao mundo. São situações em que, geralmente, a mãe não recebe o bebê que gerou identificando-o como alguém novo, em um novo tempo. Ao contrário, esse bebê sofre as consequências de uma vida que não é sua, sentindo-se “estranho” a ele mesmo, usando medicações em excesso na busca de tentar adaptar-se no mundo. Através da vinheta, desenvolvemos o conceito de unheimlich como aquilo que efetivamente ocorreu e que, ao não poder ser simbolizado, retorna cindido, deixando um vazio no lugar da concepção afetiva do si mesmo.</p> Augusta Gerchmann Copyright (c) 2023 Sociedade Brasileira de Psicanálise de Porto Alegre https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2023-09-01 2023-09-01 25 1 18 26 10.60106/rsbppa.v25i1.844 O Ego e o Id https://revista.sbpdepa.org.br/revista/article/view/845 <p>Bom dia a todos!<br>Estou muito contente por estar aqui na SPPA, que conheço há bastante tempo; uma instituição consistente, de colegas muito competentes e com uma revista de tradição e de alto nível, fruto de muita dedicação.<br>Agradeço à Diretoria da SPPel por ter-me indicado a representar nossa Sociedade neste evento preparatório do 28º Congresso Brasileiro de Psicanálise. Cumprimento a FEBRAPSI, cujo atual presidente é membro da SPPel, pela iniciativa em propor este evento preparatório. Falar de um tema como este que está proposto, em quinze minutos, só pode ser feito em manchetes. Por tal<br>razão, serei informal. Meu foco será 'Afetos em Emergência’. [...]</p> Bruno Salesio S. Francisco Copyright (c) 2023 Sociedade Brasileira de Psicanálise de Porto Alegre https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2023-09-01 2023-09-01 25 1 27 32 10.60106/rsbppa.v25i1.845