Elementos musicais no processo psicanalítico

Autores

  • Heribert Blass Associação Alemã de Psicanálise

Palavras-chave:

Música, Processo psicanalítico, Psicanálise

Resumo

Por que a psicanálise deveria ter algo em comum com a música? Não podemos simplesmente presumir que a música e a psicanálise são compatíveis. Sigmund Freud, o fundador da psicanálise, fez apenas alguns comentários sobre música. Achava que ele próprio era quase incapaz de apreciar música. Como um homem “racional”, ele não estava disposto a ser influenciado pela música, porque desconfiava do efeito emocional que poderia ter sobre ele (1914, p. 172). No entanto, Eissler (1974, p. 93, citado por Nitzschke, 1986/2006, p. 310) duvidava da autoavaliação de Freud. Ele achava que isso refletia a reação de Freud a uma experiência amorosa decepcionante na adolescência. Nitzschke (1986/2006) interpretou a atitude reticente de Freud em relação à música como reflexo de uma infeliz experiência pré-verbal com sua mãe. Consequentemente, Freud considerava a psicanálise uma “cura pela fala”, na qual as palavras são usadas para expressar emoções e pensamentos. Ele achava que a psicanálise deveria promover um “avanço da intelectualidade” (Freud, 1939, p. 110). Em Moses and Monotheism (Moisés e o Monoteísmo), que trata do mandamento mosaico que proíbe qualquer imagem de Deus, Freud considerava a psicanálise como parte de um desenvolvimento social no qual a ordem social matriarcal é abandonada em favor de uma ordem patriarcal. [...]

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Heribert Blass, Associação Alemã de Psicanálise

Médico, analista didata da IPA em psicanálise de adultos, crianças e adolescentes. Membro da Associação Alemã de Psicanálise e Presidente da Federação Europeia de Psicanálise.

Referências

Anzieu, D. (1985). The skin Ego. New Haven, CT: Yale Univ. Press.

Faimberg, H. (1996) ‘Listening To Listening’. International Journal of Psychoanalysis 77:667-677

Faimberg, H. (2019) Basic theoretical assumptions underpinning Faimberg’s method: “Listening to listening”. International Journal of Psychoanalysis 100:447-462

Freud, S. (1914). Der Moses des Michelangelo, G. W. (Vol. 10, pp. 172-201)

Freud, S. (1939). Moses and Monotheism, Three Essays. Standard Edition (Vol. 23).

Leikert, S. (2005). Die vergessene Kunst. Der Orpheusmythos und die Psychoanalyse der Musik. Gießen: Psychosozial-Verlag

Leikert, S. (2007). Die Musik des Sprechens und der analytische Prozess. In B. Oberhoff, & S. Leikert (Ed.), Die Psyche im Spiegel der Musik (pp. 13-28). Gießen: Psychosozial-Verlag.

Leikert, S. (2008). Den Spiegel durchqueren. Die kinetische Semantik in Musik und Psychoanalyse. Gießen: Psychosozial-Verlag.

Maiello, S. (1995). The sound-object: A hypothesis about prenatal auditory experience and memory. Journal of Child Psychotherapy, 21, 23-41.

Mampe, B., Friederici, A. D., Christophe, A., & Wermke, K. (2009). Newborns’ cry melody is shaped by their native language. Current Biology, 19(23), 1994–1997. doi: 10.1016/j.cub.2009.09.064

Nitzschke, B. (2006). Frühe Formen des Dialogs. In B. Oberhoff (Ed.), Psychoanalyse und Musik (pp. 307-332). Gießen: Psychosozial-Verlag. (Original work published 1986)

Oberhoff, B. (2005). Die fötalen Wurzeln der Musik. In B. Oberhoff (Ed.), Die seelischen Wurzeln der Musik (pp. 41-63). Gießen: Psychosozial-Verlag.

Ogden, T. H. (1999). Reverie and interpretation. London: Karnac.

Ogden, T. H. (2002). Conversations at the frontier of dreaming. London: Karnac.

Parncutt, R. (2005). Pränatale Erfahrungen und die Ursprünge der Musik. In B. Oberhoff (Ed.), Die seelischen Wurzeln der Musik (pp. 21-40). Gießen: Psychosozial-Verlag.

Picht, J. (2009). Ich weiß überhaupt nicht, wie Neues möglich wird – Podiumsgespräch mit dem Komponisten Wolfgang Rihm. In DPV-Tagungsband 2009, Wie wird Neues möglich? Das Unerwartete in der Psychoanalyse. Congress - Organisation Geber+Reusch, Frankfurt am Main.

Picht, J. (2010). Musik und Psychoanalyse hören voneinander – zum gegenwärtigen Stand einer zukünftigen Beziehung. Unpublished lecture, Hamburg.

Plänkers, T. (1999). Speaking in the claustrum: The psychodynamics of stuttering. International Journal of Psychoanalysis, 80(2), 239-256.

Downloads

Publicado

01.09.2023

Como Citar

Blass, H. (2023). Elementos musicais no processo psicanalítico. Psicanálise - Revista Da Sociedade Brasileira De Psicanálise De Porto Alegre, 25(1), 62–77. Recuperado de https://revista.sbpdepa.org.br/revista/article/view/848

Edição

Seção

Outras Contribuições