Ecos do (no) silêncio
DOI:
https://doi.org/10.60106/rsbppa.v25i1.849Palavras-chave:
Desejo de viver, Doença terminal, Finitude, SilêncioResumo
Este trabalho contempla 9 anos de atendimento realizados com paciente portador de Esclerose Lateral Amiotrófica. Em virtude do cenário degenerativo da doença, a fala foi impedida por tubos de traqueostomia, tornando imperativo a adequação dos modelos tradicionais de comunicação em análise. A palavra falada não pôde ser a matéria-prima da escuta e a modalidade de comunicação
se deu através do piscar dos olhos como sinalizador das letras responsáveis pela construção das palavras. O texto aborda a sensibilidade artesanal do treino de empatia e intuição para traduzir o sofrimento e transformá-lo em narrativa. Através do potencial de transformação que a psicanálise oferece, o foco se deu no desafio de alcançar o paciente em sua singularidade, ajudando-o a ressignificar o sentido vital, bem como elaborar o luto em vida da própria morte. Angústias, incertezas e desassossegos foram norteadores da capacidade de calibrar desejos possíveis frente à dolorosa e implacável realidade da doença.
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