O que é verdadeiro e de quem foi a idéia?
Palavras-chave:
Verdade, Rêverie, Memória, Sessão inicialResumo
Neste trabalho, o autor explora a idéia de que a essência da psicanálise implica um esforço por parte do paciente e do analista de articular o que é verdadeiro a uma experiência emocional, de uma forma que o par analítico possa utilizar, para fins de mudança psicológica. Com base na obra de Bion, o que é verdadeiro à experiência emocional humana é visto como independente da idéia do analista sobre isso. Nesse sentido, nós, como psicanalistas, não somos inventores das verdades emocionais, mas observadores e escribas participantes. Todavia, ao mesmo tempo, no próprio ato de pensar e de dar uma “forma” verbal simbólica ao que intuímos como verdadeiro a uma experiência emocional, alteramos aquela verdade. Essa compreensão do que é verdadeiro é a base da concepção analítica da ação terapêutica da interpretação: ao interpretar, o analista simboliza verbalmente o que ele sente que é verdadeiro à experiência inconsciente do paciente e, ao fazer isso, altera o que é verdadeiro e contribui para a criação de uma experiência potencialmente nova com a qual o par analítico pode fazer um trabalho analítico. Essas idéias são ilustradas em uma discussão detalhada de uma sessão analítica. O analista faz uso de sua experiência de rêverie – cuja autoria ambos e nenhum dos membros do par analítico podem reclamar – em seu esforço de chegar a compreensões provisórias do que é verdadeiro à experiência emocional inconsciente do paciente nos diversos momentos da sessão.
Downloads
Referências
BION, W. (1962). Learning from experience. New York: Basic Books.
______. (1963). Elements of psycho-analysis. In: ______. Seven servants. New York: Aronson, 1977.
______. (1971). Attention and interpretation. In: ______. Seven servants. New York: Aronson, 1977.
______. (1975). Brasilia clinical seminars. In: ______. Clinical seminars and four papers. Oxford: Fletwood Press, 1987. p. 1-130.
______. (1976). On a quotation from Freud. In: ______. Clinical seminars and four papers. Oxford: Fletwood Press, 1987. p. 234-238.
______. (1978). São Paulo clinical seminars. In: ______. Clinical seminars and four papers. Oxford: Fletwood Press, 1987. p.131-222.
______. (1982). The long week-end, 1897-1919. Oxford: Fletwood Press.
______. (1992). Cogitations. London: Karnac.
BORGES, J.L. (1923). Preface. Fervor de Buenos Aires. In: DiGIOVANNI, N.T. (ed.). Jorge Luis Borges: selected poems, 1923-1967. New York: Dell, 1973. p. 268-269.
______. (1941). Pierre Menard, author of the Quixote. In: YATES, D. & IRBY, J. (ed.). Labyrinths: selected stories and other writings. Trad. J. Irby. New York: New Directions, 1962. p. 36-44.
______. (1949).Everything and nothing. In: YATES, D. & IRBY, J. (ed.). Labyrinths: selected stories and other writings. Trad. J. Irby. New York: New Directions, 1962. p. 248-249.
______. (1967). This craft of verse. MIHAILESCU, C.-A. (ed.): Cambridge, MA: Harvard University Press, 2000.
FAIRBAIRN, W.R.D. (1952). Psychoanalytic studies of the personality. London: Routledge & Kegan Paul, 1981.
FREUD, S. (1917). Mourning and melancholia. S.E., v. 14.
FROST, R. (1939). The figure a poem makes. In: POIRIER, R. ; RICHARDSON, M. (ed.). Robert Frost: collected poems, prose and plays. New York: Library of America, 1995. p. 776-778.
HEANEY, S. (1979). Song. In: Opened ground: selected poems, 1966-1996. New York: Farrar, Strauss & Giroux, 1998. p. 173.
KLEIN, M. (1935). A contribution to the psychogenesis of manic-depressive states. In: Contributions to psycho-analysis, 1921-1945. London: Hogarth Press, 1968. p. 282-310.
______. (1940). Mourning and its relations to manic-depressive states. In: Contributions to psycho-analysis, 1921-1945. London: Hogarth Press, 1968. p. 311-338.
OGDEN, T. (1994). The analytic third: working with intersubjective clinical facts. Int. J. Psycoanal., v. 75, p. 3-20.
______. (1997). Rêverie and interpretation: sensing something human. Northvale, N.J.: Aronson; London: Karnac.
______. (2001). Conversations at the frontier of dreaming. Northvale, N.J.: Aronson; London: Karnac.
______. (2002). A new reading of the origins of object-relations theory. Int. J. Psycoanal., v. 83, p. 767-782.
WOODS, M. (1994). The magician’s doubts: Nabokov and the risks of fiction. Princeton: NJ: Princeton University Press.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Atribuo os direitos autorais que pertencem a mim, sobre o presente trabalho, à SBPdePA, que poderá utilizá-lo e publicá-lo pelos meios que julgar apropriados, inclusive na Internet ou em qualquer outro processamento de computador.