O que é verdadeiro e de quem foi a idéia?

Autores

  • Thomas H. Ogden Associação Psicanalítica Americana

Palavras-chave:

Verdade, Rêverie, Memória, Sessão inicial

Resumo

Neste trabalho, o autor explora a idéia de que a essência da psicanálise implica um esforço por parte do paciente e do analista de articular o que é verdadeiro a uma experiência emocional, de uma forma que o par analítico possa utilizar, para fins de mudança psicológica. Com base na obra de Bion, o que é verdadeiro à experiência emocional humana é visto como independente da idéia do analista sobre isso. Nesse sentido, nós, como psicanalistas, não somos inventores das verdades emocionais, mas observadores e escribas participantes. Todavia, ao mesmo tempo, no próprio ato de pensar e de dar uma “forma” verbal simbólica ao que intuímos como verdadeiro a uma experiência emocional, alteramos aquela verdade. Essa compreensão do que é verdadeiro é a base da concepção analítica da ação terapêutica da interpretação: ao interpretar, o analista simboliza verbalmente o que ele sente que é verdadeiro à experiência inconsciente do paciente e, ao fazer isso, altera o que é verdadeiro e contribui para a criação de uma experiência potencialmente nova com a qual o par analítico pode fazer um trabalho analítico. Essas idéias são ilustradas em uma discussão detalhada de uma sessão analítica. O analista faz uso de sua experiência de rêverie – cuja autoria ambos e nenhum dos membros do par analítico podem reclamar – em seu esforço de chegar a compreensões provisórias do que é verdadeiro à experiência emocional inconsciente do paciente nos diversos momentos da sessão.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Thomas H. Ogden, Associação Psicanalítica Americana

Membro Titular da Associação Psicanalítica Americana (APsaA).

Referências

BION, W. (1962). Learning from experience. New York: Basic Books.

______. (1963). Elements of psycho-analysis. In: ______. Seven servants. New York: Aronson, 1977.

______. (1971). Attention and interpretation. In: ______. Seven servants. New York: Aronson, 1977.

______. (1975). Brasilia clinical seminars. In: ______. Clinical seminars and four papers. Oxford: Fletwood Press, 1987. p. 1-130.

______. (1976). On a quotation from Freud. In: ______. Clinical seminars and four papers. Oxford: Fletwood Press, 1987. p. 234-238.

______. (1978). São Paulo clinical seminars. In: ______. Clinical seminars and four papers. Oxford: Fletwood Press, 1987. p.131-222.

______. (1982). The long week-end, 1897-1919. Oxford: Fletwood Press.

______. (1992). Cogitations. London: Karnac.

BORGES, J.L. (1923). Preface. Fervor de Buenos Aires. In: DiGIOVANNI, N.T. (ed.). Jorge Luis Borges: selected poems, 1923-1967. New York: Dell, 1973. p. 268-269.

______. (1941). Pierre Menard, author of the Quixote. In: YATES, D. & IRBY, J. (ed.). Labyrinths: selected stories and other writings. Trad. J. Irby. New York: New Directions, 1962. p. 36-44.

______. (1949).Everything and nothing. In: YATES, D. & IRBY, J. (ed.). Labyrinths: selected stories and other writings. Trad. J. Irby. New York: New Directions, 1962. p. 248-249.

______. (1967). This craft of verse. MIHAILESCU, C.-A. (ed.): Cambridge, MA: Harvard University Press, 2000.

FAIRBAIRN, W.R.D. (1952). Psychoanalytic studies of the personality. London: Routledge & Kegan Paul, 1981.

FREUD, S. (1917). Mourning and melancholia. S.E., v. 14.

FROST, R. (1939). The figure a poem makes. In: POIRIER, R. ; RICHARDSON, M. (ed.). Robert Frost: collected poems, prose and plays. New York: Library of America, 1995. p. 776-778.

HEANEY, S. (1979). Song. In: Opened ground: selected poems, 1966-1996. New York: Farrar, Strauss & Giroux, 1998. p. 173.

KLEIN, M. (1935). A contribution to the psychogenesis of manic-depressive states. In: Contributions to psycho-analysis, 1921-1945. London: Hogarth Press, 1968. p. 282-310.

______. (1940). Mourning and its relations to manic-depressive states. In: Contributions to psycho-analysis, 1921-1945. London: Hogarth Press, 1968. p. 311-338.

OGDEN, T. (1994). The analytic third: working with intersubjective clinical facts. Int. J. Psycoanal., v. 75, p. 3-20.

______. (1997). Rêverie and interpretation: sensing something human. Northvale, N.J.: Aronson; London: Karnac.

______. (2001). Conversations at the frontier of dreaming. Northvale, N.J.: Aronson; London: Karnac.

______. (2002). A new reading of the origins of object-relations theory. Int. J. Psycoanal., v. 83, p. 767-782.

WOODS, M. (1994). The magician’s doubts: Nabokov and the risks of fiction. Princeton: NJ: Princeton University Press.

Publicado

07.12.2003

Como Citar

Ogden, T. H. (2003). O que é verdadeiro e de quem foi a idéia?. Psicanálise - Revista Da Sociedade Brasileira De Psicanálise De Porto Alegre, 5(2), 393–419. Recuperado de https://revista.sbpdepa.org.br/revista/article/view/126

Edição

Seção

Artigos/Ensaios/Reflexões