Compulsão na adolescência
aspectos teóricos e clínicos
DOI:
https://doi.org/10.60106/rsbppa.v11i2.320Palavras-chave:
Adolescência, Compulsão à repetição, VazioResumo
Esse trabalho procura pensar o percurso e a evolução do conceito de compulsão à repetição a partir de Freud (1914/1920), com as noções de recordação, repressão, atuação, transferência, pulsão de vida e de morte, princípio do prazer/ desprazer, até André Green (2001/2007) – com as ideias da função objetalizantefunção desobjetalizante, ligação-desligamento, organização pulsional, anulação de sentido, esvaziamento da mente, descarga, situando a compulsão à repetição num duplo movimento que traz a morte do psíquico em seu nascedouro. Aproximamos também as ideias de Green às de Bion, no sentido de que, na compulsão à repetição, a pulsão de morte “providencia” a destruição da percepção de sentimentos, por meio da evacuação de elementos beta, impossibilitando sua transformação em elementos alfa, dando lugar assim ao surgimento de uma tela beta. Estão incluídos outros autores que estudam especificamente os estados mentais da adolescência (Cahan, Rassial, Jeammet e Corcos, Barugel, Ferrari, Asbed), conjeturando que a eclosão da pulsionalidade neste período possa incrementar um funcionamento repetitivo, evitando assim o desenvolvimento psíquico. Essas suposições são ilustradas com um caso clínico de uma adolescente.
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