O modo de vida “como-se” versus o modo de vida “como-é”

confusões entre o servo, o mestre e o Eu

Autores

  • Robert Waska

DOI:

https://doi.org/10.60106/rsbppa.v13i1.375

Palavras-chave:

Defesas maníacas, Identificação projetiva, Personalidade Como- Se, Reparação

Resumo

Questões de idealização, inveja, instinto de morte e ciclos patológicos de identificação projetiva podem se cruzar para produzir uma busca constante e desesperada pelo conhecimento total e pelo amor perfeito, sendo seguidos de constantes decepções e rejeições. O material explora o caso de um paciente que tinha a intenção de se tornar o farol ideal para seu objeto, fornecendo a combinação perfeita para os desejos deste objeto, e para isso esvaziou-se tão profundamente a ponto de sentir-se oco, exceto pelos ventos de desprezo e solidão que permaneciam. Aceitar a si mesmo “como-é” e apostar na posição depressiva que mescla amor, ódio e conhecimento pode significar perda e diferença, e ser insuportável para alguns pacientes, resultando em uma dependência da personalidade de defesa “comose”, na qual o objeto é seduzido com falsidades e controle. Uma busca maníaca por amor imediato e por provas de singularidade é o efeito colateral do vício. Ao contrário da definição clássica do personagem “como-se”, que tenta manter tudo completamente estagnado, essa variante de conflito interno envolve um esforço maníaco de prevenção de um colapso iminente, de rejeição e de perda. O tratamento psicanalítico comprovadamente oferece alívio e transformação, independentemente da frequência, desde que uma meta consistente de contato analítico e de interpretação da transferência seja mantida.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Robert Waska

Doutorado em Psicologia Clínica. Certificado na Prática da Psicoterapia Psicanalítica e Psicanálise. Licenciado pelo Estado da Califórnia para diagnosticar e tratar questões psicológicas de indivíduos e casais.

Referências

BION, W. Learning From Experience. London: Heinemann, 1962.

BRITTON, R. Belief and Imagination: Explorations in Psychoanalysis. London: Routledge, 1998.

DEUTSCH, H . Some Forms of Emotional Disturbance and their Relationship to Schizophrenia. Psychoanalytic Quarterly, v. 11, p. 301-321, 1942.

JOSEPH, B. Transference: The Total Situation. International Journal of Psycho-Analysis, v. 66, p. 447-454, 1985.

KLEIN, M. A Contribution to the Psychogenesis of Manic-Depressive States. International Journal of Psycho-Analysis, v. 16, p. 145-174, 1935.

______. Mourning and its Relation to Manic-Depressive States. International Journal of Psycho-Analysis, v. 21, p. 125-153, 1940.

______. Notes on Some Schizoid Mechanisms. International Journal of Psycho-Analysis, v. 27, p. 99-110, 1946.

LOPEZ-CORVO, R. E. Self-Envy. Therapy and the Dividend Internal World. London: Aronson, 1994.

MALCOLM, R. As-If: the Phenomenon of not Learning. International Journal of Psycho-Analysis, v. 71, p. 385-392, 1990.

OREMLAND, J. The Concept of Interaction. Journal of the American Psychoanalytic Association, v. 43, n. 2, p. 525-537, 1995.

ROTH, P. Mapping The Landscape: Levels of Transference Interpretation. International Journal of Psycho-Analysis, v. 82, n. 3, p. 533-543, 2001.

SAFÁ-GERARD, D. Bearable and Unbearable Guilt: A Kleinian Perspective. Psychoanalytic Quarterly, v. 67, n. 3, p. 351-378, 1998.

SEGAL, H. Manic Reparation, in The Contemporary Kleinians of London. International Journal of Psycho-Analysis, v. 79, p. 401-405, 1998.

______. On the Clinical Usefulness of the Concept of Death Instinct. International Journal of Psycho-Analysis, v. 74, p. 55-61, 1993.

STEINER, J. Containment, Enactment And Communication. International Journal of Psycho-Analysis, v. 81, n. 2, p. 245-255, 2000.

______. Gaze, dominance and humiliation in the Schreber case. International Journal of Psycho-Analysis, v. 85, n. 2, p. 269-284, 2004.

______. Pathological Organizations as Obstacles to Mourning: The Role of Unbearable Guilt. International Journal of Psycho-Analysis, v. 71, p. 87-94, 1990.

______. Psychic Retreats: Pathological Organizations of the Personality in Psychotic, Neurotic, and Borderline Patients. London: Routledge, 1993.

WASKA, R. The Danger of Change: The Kleinian Approach with Patients who Experience Progress as Trauma. London: Brunner/Rutledge, 2006.

______. The Modern Kleinian Approach to Psychoanalysis: Clinical Illustrations. New York: Jason Aronson, 2010b. No prelo.

______.Treating Severe Depressive and Persecutory Anxieties States: Using Analytic Contact to Transform the Unbearable. London: Karnac, 2010a. No prelo.

WILSON, E. The Internal Obstructive Object. Psychoanalytic Quarterly, v. LXXVIII, n. 3, p. 791, 2009.

Downloads

Publicado

18.06.2011

Como Citar

Waska, R. (2011). O modo de vida “como-se” versus o modo de vida “como-é”: confusões entre o servo, o mestre e o Eu. Psicanálise - Revista Da Sociedade Brasileira De Psicanálise De Porto Alegre, 13(1), 103–134. https://doi.org/10.60106/rsbppa.v13i1.375