Aspectos psicológicos em mulheres que se submetem às tecnologias de reprodução assistida
DOI:
https://doi.org/10.60106/rsbppa.v14i2.431Palavras-chave:
Fecundação, Fertilidade assistida, Desejo de um filhoResumo
A infertilidade configura-se como um problema universal, porém é mais pronunciado em países em desenvolvimento. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, estimase, no século XXI, uma percentagem de infertilidade de 8 a 12%. Nesse sentido, este trabalho, por meio de uma pesquisa qualitativa, tem o objetivo de apresentar dados coletados referentes às fantasias presentes em mulheres que se submetem ao tratamento de reprodução assistida. O método utilizado teve um delineamento qualitativo de caráter interpretativo. Foram avaliadas 11 mulheres, na faixa etária de 20 a 41 anos, que estavam pela primeira vez participando do tratamento. Essas mulheres foram encaminhadas pelo serviço de reprodução de um hospital público de Porto Alegre. O instrumento utilizado foi uma entrevista semiestruturada, gravada e posteriormente transcrita, e a análise dos dados foi realizada pelo procedimento de análise de conteúdo de Bardin (2003). Este estudo constatou que as entrevistadas apresentam uma relação com características predominantemente pré-edípicas, sendo que essas mulheres demonstram um discurso que representa um pensamento de pouca subjetividade psíquica. A representação paterna dá-se com características falhas, não cumprindo o papel de interditor da relação mãe-bebê. As fantasias mais frequentes encontradas foram de incapacidade de ser mãe, bem como a de ter problemas orgânicos, além de psicológicos. A representação de filho se deu de uma forma idealizada e em poucos casos parece remeter ao desejo de constituir família.
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