Conferência

Resumo

De fato, faz quatorze anos, mas eu guardo lembranças ainda muito vívidas desse tempo que passei com vocês, em que trabalhamos e dançamos muito. Foi um momento muito caloroso e agradável. Eu voltei a Porto Alegre depois, em algumas ocasiões, embora não à mesma Sociedade. Gostaria de dizer que, quando foram mostradas as imagens de Porto Alegre, descobri lugares da cidade que eu nunca tinha visto, nem conhecido. Portanto, na próxima ocasião, voltarei e visitarei todos eles.
Agradeço por este convite para tratar de um tema que, na minha opinião, é fundamental para a evolução da Psicanálise no século XXI. Creio que ele comporta uma abertura e uma série de desenvolvimentos possíveis. Ainda assim, trata-se de um assunto difícil, pela sua complexidade.
Deparei-me, então, com a seguinte questão: como posso transmitir algumas das minhas reflexões sobre um assunto tão complexo? O que me pareceu talvez como sendo a melhor solução – porque acredito profundamente nisto – foi pensar, primeiramente, que o sujeito não nasce num estalar de dedos, de forma simples, que seu nascimento resulta de todo um processo, com diferentes etapas articuladas entre si. O melhor talvez seria, então, apresentar as etapas desse processo, tentando descrever como o sujeito advém, quais momentos ele atravessa e por quais formas passa. Isso é difícil, pois um dos fatores complicadores é o fato de que todo processo de integração possui uma particularidade: à medida que as etapas se integram, todo o trabalho anterior a essa integração tende a ser encoberto. Eu não diria recalcado, mas repelido. [...]