O fenômeno da captação da transitoriedade
DOI:
https://doi.org/10.60106/rsbppa.v25i2.874Palavras-chave:
Estética, Falta, Inquietante, Mono no aware, TransitoriedadeResumo
Inspirado pelo texto A transitoriedade (1916/2010a), de Freud, proponho o fenômeno da captação da transitoriedade como um evento onde o ser humano se depara com ela. Para isso, exploro-a a partir da visão da estética tradicional japonesa, particularmente pensando a estética do mono no aware como meio para sua captação. Avento três marcas causadas pela transitoriedade: o que se sabe inerentemente existir, o que não se sabe e o que não se pode saber; e as correlaciono com a falta que fica evidenciada pela captação da transitoriedade. Proponho um estado de luto-melancólico associado ao mono no aware que, ao contrário de empobrecer o mundo e o Eu, os enriquece. Por fim, associo a estética do mono no aware ao “aqui e agora” da sessão analítica, indo de encontro ao Unheimlich; e trago como seu contraponto o mal-estar gerado pela desmentida da transitoriedade na contemporaneidade.
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