Remendos para uma superfície sensorial
DOI:
https://doi.org/10.60106/rsbppa.v4i2.96Palavras-chave:
Angústia, Defesa primitiva, Tratamento psicanalítico, Desenvolvimento do ego, Técnica psicanalíticaResumo
O autor entende que a Psicanálise está mais apta do que as outras ciências para urdir a sutil relação entre o soma e o psíquico. Cita Freud, Winnicott, Tustin e, mais recentemente, Ogden como os psicanalistas que mais contribuíram para esses desenvolvimentos. Desenvolve o tema do psiquismo primitivo a partir das primeiras vivências, envolvendo as superfícies sensoriais corporais. Para o autor, dependendo da natureza dessas experiências, estabelece-se o senso de como sou e onde estou. Elas promovem a maturação do ego em direção a integração ou distorções nesse processo, gerando ansiedades inomináveis e as defesas concomitantes. Nesse caso, matizam-se experiências psíquicas auto-apaziguadoras que acompanham as pessoas ao longo da vida, e essas matrizes podem se fazer presentes quando nosso sentimento de continuidade fica ameaçado, por elementos tanto internos quanto externos. São defesas que tentam manter o sentimento de continuidade da superfície sensorial corporal, restabelecendo a segurança do sentimento de continuidade do Ser. O autor denomina essas defesas auto-apaziguadoras de remendos, com o propósito de vincular o psíquico ao orgânico, ambos presentes nas suas feituras. O autor menciona material clínico para ilustrá-los e procura discriminá-los segundo suas teceduras e finalidades. Finaliza com algumas considerações relativas à prática clínica psicanalítica e às mudanças psíquicas.
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Referências
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