Resenha do livro A psicanálise e a crítica filosófica: Deleuze e os devires da psicanálise, de Roberto Barberena Graña
DOI:
https://doi.org/10.60106/rsbppa.v27i1.925Palavras-chave:
Psicanálise, Resenha de livroResumo
Diz Gilles Deleuze, no início de seu livro sobre Michel Foucault, que “um novo arquivista está na cidade, mas será que ele foi nomeado ou agiria ele por sua própria conta?”, em uma paráfrase ao angustiante e inconcluso O castelo, de Franz Kafka (2008), no qual o novo agrimensor K. chega a uma aldeia e não é reconhecido como tal e, ao tentá-lo, se vê perdido em um labirinto de relações de poder e saber, personagens que oscilam de foco, tamanho, dimensões. Na inútil busca pelo duque, o agrimensor sequer consegue chegar perto do funcionário da hierarquia mais baixa do castelo em quase 400 páginas e passa a questionar sua própria identidade como agrimensor, e essa identidade se converte em rostidade, como composição de linhas de força. Assim é o livro Deleuze ou os devires da psicanálise, que trata do filósofo dos devires, que alguns consideram erroneamente como um historiador da filosofia por ter cometido obras que escapavam à hegemonia de Friedrich Hegel e Platão e mergulhavam em Friedrich Nietzsche, Henri Bergson, Baruch de Spinoza, David Hume, Francis Bacon, sempre de maneira absolutamente intrusiva, “fazendo filhos por trás” e os “devirando” na formação de uma filosofia de linhas de fuga, “um corpo sem órgãos costurado por ondas doloríferas”. Uma das ondas costuradas por Deleuze e seu duplo Guattari é psicanálise. Em seu livro, Roberto Graña navega na potência deleuziana e produz seu próprio filho monstruoso, parido com Jean Paul Sartre, Martin Heidegger, Donald Winnicott, Jacques Derrida, Jacques Lacan e Elizabeth Roudinesco. [...]
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Referências
Bachelard, G. (2007). A formação do espírito científico. Editora Contraponto.
Deleuze, G. (1988). Foucault. Braziliense.
Deleuze, G.; & Guattari, F. (1992). O que é a filosofia? Editora 34.
Kafka, F. (2008). O castelo. Editora Cia das Letras.
Preciado, P. (2020). Eu sou o monstro que vos fala. Editora Zahar.
Wiener, N. (1950). Cibernética e sociedade: O uso humano de seres humanos. Editora Cultrix.
Zizek, S. (2008). O sublime objeto da ideologia. Editora Civilização Brasileira.
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