O rio, a ponte e o outro lado do rio

alguns pensamentos sobre estrangeiros, fronteiras e psicanálise

Autores

  • Renato Trachtenberg Sociedade Brasileira de Psicanálise de Porto Alegre

DOI:

https://doi.org/10.60106/rsbppa.v19i1.622

Palavras-chave:

Cesuras, Estrangeiros, Estranho, Fronteiras, Pontes

Resumo

O autor propõe a noção de estrangeiro/estranho como uma forma de pensar o encontro com o radicalmente novo do outro e do outro de si. Essa proposta implica pensar a alteridade radical como o trabalho de hospedar aquilo do outro para o qual não temos possibilidades representacionais de reconhecimento. Questiona-se a ideia de síntese da mente humana, um questionamento que começa com Freud, na psicanálise e, na literatura, com a temática do duplo e do estranho. A mente estará sempre num estado de conflito, em que a noção de identidade não deve mascarar os frágeis acordos entre partes que não se sintetizam, apenas convivem da melhor forma possível. Pensar a oscilação produzida pelos diferentes eus que me fazem eu como as diferentes possibilidades de sintonia ou dissintonia com os diferentes pacientes que encontramos em cada um deles tornam a nossa tarefa muito mais complexa, mas, também, mais modesta e verdadeira.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Renato Trachtenberg, Sociedade Brasileira de Psicanálise de Porto Alegre

Membro Titular e Didata da Sociedade Brasileira de Psicanálise de Porto Alegre (SBPdePA). Membro Titular da Associação Psicanalítica de Buenos Aires (ApdeBA).

Referências

Arendt, H. (1994). Eichmann in Jerusalem. New York: Penguin.

Baer, A. (2006). Holocausto, recuerdo y representación. Madri: Losada.

Bion, W. R. (1948). Experiencias en grupos. Barcelona: Paidós.

______. (1970). Attention and interpretation. Northvale, NJ: Jason Aronson.

______. (1976a). On a quotation from Freud. In: W. R. Bion, Clinical seminars and other works. London: Karnac.

______. (1976b). Four discussions. In: Clinical seminars and other works. Lon-don: Karnac.

______. (1977). Caesura. In: W. R. Bion, Two papers: the grid and caesura. Lon-don: Karnac.

______. (1978). Conversando com Bion. Rio de Janeiro: Imago, 1980.

______. (1992). Cogitações. Rio de Janeiro: Imago.

Chuster, A. (1997). A influência da ciência na psicanálise. Revista do Centro de Estudos Psicanalíticos de Porto Alegre, 6, 189-202.

______. (2001). Comentários sobre a conferência de Bion em Paris. Revista de Psicanálise da SPPA, Porto Alegre, 8 (1), 103-106.

______. (2002). Novas leituras: dos princípios ético-estéticos à clínica. Rio de Janei-ro: Companhia de Freud.

______. (2012). Comentário pessoal.

Couto, M. Jornal Zero Hora. Porto Alegre, 10/11/2012.

______. (2013). Repensar o pensamento, redesenhando fronteiras. Pensar a Cultu-ra. Porto Alegre: Arquipélago.

Derrida, J., & Roudinesco, E. (2004). De que amanhã... Rio de Janeiro: Zahar.

Du Pin e Almeida, M. (2011). Estranho eu. Revista Brasileira de Psicanálise, 45 (4), 85-89.

Durkheim, E. (2012). Jornal Zero Hora. Porto Alegre, 15/11/2012.

Foster, M. (2010). O estrangeiro. Trabalho apresentado no curso de mestrado em filosofia da PUCRS (não publicado). Porto Alegre.

Freud, S. (1905). Tres ensayos de teoría sexual. In: S. Freud, Obras completas (Vol. 7). Buenos Aires: Amorrortu, 1982.

______. (1919). Lo ominoso. In: S. Freud, Obras completas (Vol. 17). Buenos Aires: Amorrortu, 1982.

______. (1926). Inhibición, síntoma y angustia. In: S. Freud, Obras completas (Vol. 20). Buenos Aires: Amorrortu, 1982.

______. (1933). Nuevas conferencias de introducción al psicoanálisis. In: S. Freud, Obras completas (Vol. 22). Buenos Aires: Amorrortu, 1982.

Kristeva, J. (1994). Estrangeiros para nós mesmos. Rio de Janeiro: Rocco.

Pontalis, J. B. (1988). O amor dos começos. Rio de Janeiro: Globo.

______. (1991). Perder de vista. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed.

______. (2007). El que duerme despierto. Buenos Aires: Adriana Hidalgo editora.

______. (2009). Na borda das palavras (entrevista). Revista Percurso, 42, 117-138.

Ricoeur, P. (2005). Sobre la traducción. Buenos Aires: Paidós.

Sandler, P. C. (2205). The language of Bion. London: Karnac.

Trachtenberg, R. (1998). A gangorra. Revista do Centro de Estudos Psicanalíticos de Porto Alegre, 7, 137-154.

______. (2003). O estranho caso do Dr. Freud e do Sr. Schnitzler. Freud e suas Leituras. Porto Alegre: SBPdePA.

______. (2012). Cesuras e des-cesuras: alguns pensamentos sobre o lado oculto da lua. Berggasse 19 – Revista da Sociedade Brasileira de Psicanálise de Ribeirão Preto, 3(1), 97-121.

______. (2013a). Caesura, denial and envy. In: Levine, H., & Brown, L. (Eds.). Growth and turbulence in the container/contained: Bion’s continuing legacy. London: Routledge.

______. (2013b). Cesuras e des-cesuras: as fronteiras da (na) complexidade. Revista Brasileira de Psicanálise, 47(2), 55-66.

Downloads

Publicado

03.01.2017

Como Citar

Trachtenberg, R. (2017). O rio, a ponte e o outro lado do rio: alguns pensamentos sobre estrangeiros, fronteiras e psicanálise. Psicanálise - Revista Da Sociedade Brasileira De Psicanálise De Porto Alegre, 19(1), 101–119. https://doi.org/10.60106/rsbppa.v19i1.622

Edição

Seção

Artigos Temáticos - Diversidades

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

1 2 > >>