O fenômeno da apresentação do objeto e suas implicações para o desenvolvimento
DOI:
https://doi.org/10.60106/rsbppa.v3i2.66Palavras-chave:
Psicose infantil, Trastornos globais do desenvolvimento, Pesquisa em desenvolvimento, Apresentação do objetoResumo
Com base em sua experiência com crianças psicóticas que sofrem dificuldades graves em tolerar a existência autônoma de um objeto externo, a autora discute o conceito de Winnicott de apresentação do objeto, perguntando quais são os pré-requisitos para a aceitação e uso de objeto por parte dos bebês; isto é, para assimilação de sua alteridade. Faz-se uma tentativa de estabelecer uma ligação entre as idéias de Winnicott e Klein sobre o assunto, e indica-se uma possível importância dessas questões no desenvolvimento normal. Três exemplos de crianças psicóticas são usados para ilustrar, com detalhes, diversas manobras para evitar a percepção do não-eu, no padrão de pensamento tão bem examinado por Tustin. Após a discussão clínica, a autora conclui que algumas crianças podem ser, de forma inata, mais suscetíveis a reagir de forma negativa à percepção da alteridade da pessoa que cuida delas, e que essa característica se combina com as condições ambientais, particularmente com o estilo do cuidado materno, para produzir ou evitar outras patologias. O ritmo, os jogos de imitação e a apresentação gradual e parcial do objeto externo, e também alguns métodos possíveis para controlar o objeto, parecem pertencer ao conjunto de “técnicas” maternas que se usam, espontaneamente, durante as interações. Esse estilo, por vezes, pode também ser útil no trabalho de psicanálise com crianças com graves perturbações.
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