O papel continente dos elementos sonoros da interpretação

Autores

  • Sara Zac de Filc Associação Psicanalítica de Buenos Aires

DOI:

https://doi.org/10.60106/rsbppa.v7i1.180

Palavras-chave:

Escuta, Voz, Interpretação, Continente, Semântica

Resumo

Neste trabalho, desejo destacar a importância da voz e dos elementos sonoros como parte da função continente do analista, no caso de pacientes gravemente perturbados que necessitam reafirmar muitas vezes que não destruíram o objeto. Considero que a interpretação é eficaz quando combina seus dois aspectos: o sonoro e o semântico. Deveria ser estudada a partir da vertente do fonético e dos aspectos sonoros não-verbais e a partir da vertente do semântico, que possibilitará a incorporação de um processo de simbolização que leva à fratura das organizações narcisísticas e à possibilidade de elaborações posteriores. Destaco, por meio das vinhetas de um caso clínico, a importância da função continente, tendo em vista que a maioria dos pacientes teve graves carências afetivas que determinam sentimentos de vazio e ausência. Nessa função continente, são importantes a presença, a voz e a atitude, e se constituem em aspectos fundamentais do enquadre que, juntamente com a interpretação do analista, recebem uma relevância particular, gerando uma “linguagem” especial de cada díade paciente-analista. Esses elementos constituem uma unidade dinâmica, que ajuda o paciente a apreender as suas verdades e, desse modo, desenvolver-se e crescer.

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Biografia do Autor

Sara Zac de Filc, Associação Psicanalítica de Buenos Aires

Membro Titular e Didata da Associação Psicanalítica de Buenos Aires.

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Publicado

10.07.2005

Como Citar

Zac de Filc, S. (2005). O papel continente dos elementos sonoros da interpretação. Psicanálise - Revista Da Sociedade Brasileira De Psicanálise De Porto Alegre, 7(1), 183–198. https://doi.org/10.60106/rsbppa.v7i1.180

Edição

Seção

Artigos/Ensaios/Reflexões