Entre a melancolia e a redenção
uma jornada nada ridícula em Dostoiévski
DOI:
https://doi.org/10.60106/rsbppa.v27i1.918Palavras-chave:
Dostoiévski, Melancolia, Narrativa fantástica, Posição esquizoparanoide, PsicanáliseResumo
O artigo analisa O sonho de um homem ridículo, de Fiódor Dostoiévski, sob uma perspectiva psicanalítica, abordando conceitos de melancolia, pulsão de morte, posição esquizoparanoide, reparação e sublimação, com base nas teorias de Freud e Melanie Klein. A narrativa é interpretada como fantástica, segundo Tzvetan Todorov, por apresentar uma hesitação entre real e imaginário, evidenciando tensões entre o racional e o inconsciente. Explora-se o percurso do protagonista da melancolia à tentativa de redenção, marcado por conflitos internos que refletem cisão, projeção e culpa. O sonho utópico é compreendido como uma manifestação de fantasias inconscientes, enquanto sua destruição simboliza a frustração imposta pela pulsão de morte. Também se aborda o efeito inquietante [Das Unheimliche] de Freud, revelando a dissolução das fronteiras entre fantasia e realidade. O estudo destaca como Dostoiévski antecipa temas centrais da psicanálise, conectando literatura e ciência na compreensão da complexidade humana.
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