Qual o lugar da psicanálise no filicídio em ato?

Resumen

Este trabalho surgiu no ano de 2014, motivado por uma inquietação despertada no grupo de colegas que compunham o NIA da SBPdePA naquele momento, com relação ao monstruoso caso, que surgiu na mídia, do assassinato do menino Bernardo, de 11 anos, ocorrido na cidade de Três Passos, Rio Grande do Sul, Brasil. Tamanha agressão a uma criança, as circunstâncias envolvendo sua trágica morte, o descaso aos pedidos de ajuda, os maus-tratos, os desvendamentos que começavam a se explicitar, qualquer que fosse o prisma que tentássemos olhar, deixava-nos perplexas. Resolvemos, então, escrever sobre o que estava ocorrendo, um pouco para dar vazão ao montante de angústia que uma situação de violência assim desperta, mas também porque escrevendo podíamos não compactuar com o descaso e buscar um meio de fazer pensar e promover ações. Ações transformadoras e efetivas, no que diz respeito à falta de cuidado a crianças e adolescentes, às falhas nas rede de proteção, buscando a direção da prevenção de situações futuras com vítimas de uma morte anunciada, como no caso do menino Bernardo.