O sintoma psicossomático
uma proposta traumática para sua etiologia
DOI:
https://doi.org/10.60106/rsbppa.v10i2.299Palavras-chave:
Sintomas psicossomáticos, Objeto autista, Trauma, Memória, PercepçãoResumo
O autor apresenta a hipótese de que o sintoma psicossomático está relacionado a um ou mais traumas fetais ou perinatais, associados com apego aos objetos autistas e às formas autistas descritos por Tustin para se auto-apaziguar e a uma recorrência traumática na vida posterior. Esse apego responde pela base constitucional da predisposição autista necessária para o desenvolvimento de determinado sintoma psicossomático. O sintoma psicossomático seria uma instintiva organização biológica formada por objetos e formas autistas para atenuar a angústia de morte sob a regência do ego corporal, e não um representante simbólico de conflitos sexuais ou destrutivos reprimidos que não podem ser expressos verbalmente. Ilustro com casos clínicos. Essa hipótese etiológica tem por base estudos meus sobre a posição autistacontígua proposta por Ogden, o conceito de trauma segundo o DSMIV, que inclui uma noção de morte física, contribuições da Neurociência sobre a memória implícita e contribuições da Psicologia experimental. Conforme formulou MacDougall, penso que o fenômeno psicossomático esconde, paradoxalmente, uma luta pela vida e especialmente pela sobrevivência psíquica do paciente.
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