História e pré-história psíquicas. O “intergeracional” e seus fragmentos de identidade
Palavras-chave:
Família, Fantasias de identificação, Avós, Identificação, Segredos de famíliaResumo
Se cada um tem direito à sua própria história, e se uma grande parte do encontro psicanalítico tem por função permitir sua reconstrução, assim como sua construção, é também assim para o que se pode definir como a “pré-história” de todo ser humano. No mosaico de elementos psíquicos disparates, mais ou menos perpetuamente agitados de movimentos de tipo “browniano” – pulsões parciais, defesas, investimentos e contra-investimentos, repetições, etc. – cujo frágil ponto de equilíbrio constitui o que nomeamos a “identidade”, essa pré-história desempenha um papel importante que os psicanalistas negligenciaram durante muito tempo. A moda de mágicos ressurgimentos “transgeracionais” teve o mérito de chamar a atenção deles para a parte que toma, para cada um, o processo de uma transmissão, em realidade, “intergeracional” que se efetua pelo que os pais de uma criança deixam conhecer das imagens pré-conscientes de seu passado e das cenas fantasmáticas que encenam os personagens principais, seus próprios pais sobretudo – e é este o papel psíquico mais essencial dos avós – ou de seus próximos, através dos relatos que eles transmitiram, de maneira manifesta ou latente, sobre seus antepassados. Ao lado do geneticista, do biólogo ou do antropólogo, o psicanalista deve defender o direito que cada ser humano tem de reconstruir os elementos de uma pré-história pré-consciente, fragmentos importantes de sua identidade.
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