A interminável jornada dos fundadores
DOI:
https://doi.org/10.60106/rsbppa.v22i1.738Palavras-chave:
Cesura, Complexidade, Modelo espectral, MoralidadeResumo
O autor faz um apanhado de seu pensamento atual sobre a psicanálise. A partir das noções de shibboleth e cesura, propõe dois tipos de fronteiras onde se observam, respectivamente, a ausência e a presença da complexidade. No primeiro caso, temos uma predominância de separações, cisões, etc. No segundo, a ideia de continuidade e descontinuidade simultâneas configura um paradoxo e indica a presença da complexidade. A complexidade na psicanálise traz uma mudança radical ao questionar o pensamento evolutivo e evitar, com isso, a impregnação por moralidade. Para isso, é necessário o uso de um modelo espectral no qual os polos extremos não significam qualidades de melhor/pior, positivo/negativo, bom/mau, etc., e sim referências para o trânsito entre ambos. As consequências para a clínica psicanalítica são significativas. As ideias de um psicanalista não são estáticas, mudam com o tempo, são “biodegradáveis”, acompanham as inevitáveis transformações pelas quais passamos no nosso desenvolvimento como pessoas e como psicanalistas. Por isso, a jornada é interminável e seguimos fundando a psicanálise em nossos pensamentos e com cada analisando, em cada sessão. Essa é a riqueza dessa herança que nos legou Freud, dela apropriando-nos ao seguir seu caminho e não os seus passos.
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