Tédio

uma morte em vida

Autores

  • Lucca Zini Homem de Bittencourt Unisinos

DOI:

https://doi.org/10.60106/rsbppa.v25i1.850

Palavras-chave:

Contemporaneidade, Pulsão de morte, Satisfação, Tédio

Resumo

Na contemporaneidade, principalmente a partir da revolução informacional, e, mais especificamente, com o advento dos dispositivos digitais, como celulares e tablets, temos observado o recrudescimento de sintomas ligados à apatia e à anedonia, que podem ser sintetizados no analisador Tédio. Principalmente na infância, mas não exclusivamente, esses sintomas suscitam preocupação, em função de que a ludicidade e a fruição do imaginário são imprescindíveis para o desenvolvimento psíquico e para o laço social.
O presente trabalho objetiva refletir sobre o tédio contemporâneo, pensando à luz dos mecanismos de satisfação pulsional e sua relação com dispositivos de entretenimento digital à pronta-entrega, sendo esses entendidos como possíveis objetos de adição. Desse modo, delineando o tédio como um mecanismo de recusa (verwerfung) do pensar-desejar, a perversão enquanto modalidade de desejo pode ser pensada como uma dinâmica e sintomática social emergente de se relacionar com a satisfação.

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Biografia do Autor

Lucca Zini Homem de Bittencourt, Unisinos

Psicólogo.

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Publicado

01.09.2023

Como Citar

Bittencourt, L. Z. H. de. (2023). Tédio: uma morte em vida. Psicanálise - Revista Da Sociedade Brasileira De Psicanálise De Porto Alegre, 25(1), 90–109. https://doi.org/10.60106/rsbppa.v25i1.850

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