Prevenção maléfica como conserto defensivo contra a ameaça da insuportável reparação
os mais severos aspectos da culpa depressiva
DOI:
https://doi.org/10.60106/rsbppa.v18i2.610Palabras clave:
Culpa, Identificação projetiva, Posição depressiva, ReparaçãoResumen
Este trabalho tem uma visão Kleiniana de dois casos clínicos para investigar pacientes que não se permitem ter uma opinião e veem a prevenção do dano aos outros como uma constante e necessária tarefa. Eles ficam vigilantes para eliminar qualquer risco de comportamento inapropriado. Para o primeiro paciente, muito da sua luta psi-cológica foi uma internalização de exigências rigorosas por excelência de um cuidador primário. Mas, agora, esse paciente pegou este rígido legado e continuou a responsabi-lizar-se por toda e qualquer falha. O segundo paciente sempre sentiu que o desejo por mais conexão com o seu objeto só criaria dor e problema. A perda de amor, a culpa e a possibilidade de machucar os outros sem conhecimento são suas principais angústias. Para ambos os pacientes, não há perdão para falhas, necessidades ou imprevistos. Ser si mesmo é perigoso para os outros e, por retaliação, perigoso para eles mesmos. Aceitar ser falho, mas ainda amado, é impossível; e perdoar a si mesmo é visto como algo negli-gente, egoísta e perigoso. Através de identificação projetiva, o objeto é então desdobrado e inalcançável através de compaixão ou reparação. Dessa maneira, a prevenção da dor e eliminação de qualquer reação desconhecida é um objetivo necessário. O primeiro caso é muito mais grave e resistente, enquanto o segundo demonstra um progresso analítico considerável. Ambos os pacientes dizem que suas memórias de erros durante sua vida estavam mentalmente registradas como evidência de ganância, atitudes sem pensar que levam os outros a odiá-los ou rejeitá-los. A perda do amor e o medo da culpa incenti-varam ambos a depender de um instinto de morte para neutralizar todos os sentimen-tos. O comportamento apropriado foi alcançado depois, através do foco em maneiras concretas e lógicas de se relacionar. As dinâmicas de transferência e contratransferência são examinadas no estudo para melhor se entender os aspectos mais severos da depres-são e para evitar a autorreparação. De fato, em vez de reparar, consertar era o objetivo principal desses pacientes, provendo a ilusão de eliminar todos os erros, ao invés de se perdoarem e perceberem que seus erros nunca poderão ser apagados, mas que podem ser aceitos como parte de ser humano. O esforço saudável em ser melhor foi substituído, pelo paciente, pela ideia de ser perfeito e neutro o tempo todo.
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